“Eu sou aquela
que está sempre à espera do caos.” Pitty
Me identifico
com essa afirmativa. Tenho sempre a impressão de que algo de ruim está para
acontecer quando estou muito satisfeito, feliz com alguma coisa. Esse fim de
semana foi muito bom, vinho, música, papo sobre tudo e todos, minha melhor
amiga, violão e a gente cantando. Só nós dois. E eu todo satisfeito. Mas alguma
coisa me incomodava, hora alguma música que eu me identificava a ponto de
perder todo aquele encanto pelo momento, hora pelo medo de estar incomodando os
vizinhos com o barulho que a gente fazia. Poucos momentos eram de pura leveza e
descontração, estou sempre atento aos possíveis desprazeres que possam tomar
conta de mim.
Acho que às
vezes eu provoco uma auto sabotagem se o caos não vem; cutuco feridas, jogo sal
só pra ver se ainda vai doer, e dói. Lateja por uns dias, por vezes sangra, e não
há curativo melhor que o tempo. Quando passa, a ferida cicatriza, e olho, olho.
Toco, tento cutucar, e já não dói. Agora é só marca. Mas a memória é inimiga,
ela traz o caos, e ele que se resolva dentro de mim. Afinal, eu estou sempre
esperando por ele.
“To aproveitando
cada segundo antes que isso aqui vire uma tragédia.” Pitty