segunda-feira, 30 de abril de 2012

Do Caos


“Eu sou aquela que está sempre à espera do caos.” Pitty

Me identifico com essa afirmativa. Tenho sempre a impressão de que algo de ruim está para acontecer quando estou muito satisfeito, feliz com alguma coisa. Esse fim de semana foi muito bom, vinho, música, papo sobre tudo e todos, minha melhor amiga, violão e a gente cantando. Só nós dois. E eu todo satisfeito. Mas alguma coisa me incomodava, hora alguma música que eu me identificava a ponto de perder todo aquele encanto pelo momento, hora pelo medo de estar incomodando os vizinhos com o barulho que a gente fazia. Poucos momentos eram de pura leveza e descontração, estou sempre atento aos possíveis desprazeres que possam tomar conta de mim.

Acho que às vezes eu provoco uma auto sabotagem se o caos não vem; cutuco feridas, jogo sal só pra ver se ainda vai doer, e dói. Lateja por uns dias, por vezes sangra, e não há curativo melhor que o tempo. Quando passa, a ferida cicatriza, e olho, olho. Toco, tento cutucar, e já não dói. Agora é só marca. Mas a memória é inimiga, ela traz o caos, e ele que se resolva dentro de mim. Afinal, eu estou sempre esperando por ele.

“To aproveitando cada segundo antes que isso aqui vire uma tragédia.” Pitty