quarta-feira, 9 de abril de 2014

Gente rasa e o fundo do poço

Uma breve divagação sobre gente rasa e o fundo do poço: quem é raso vive, aparentemente, melhor do que quem está no fundo do poço. A superfície é o topo, o olhar de cima, é estar aquém do peso que a pessoa lá do fundo tem que suportar. Não mergulhar garante ar infinito, combustível para gozar da leveza de não se deixar ser segurado. O fundo do poço é doído, penoso, incerto... pesado. O prazer de ver a luz la no topo é grande, mas a gente sabe que está distante, que agora não dá. Tem outras coisas, tem mais gente, não dá pra flutuar. A gente sabe que não dá pra se desfazer do peso da responsabilidade, do afeto, da lealdade, do amor... o fundo pesa, mas é real. É de verdade.