Fugiu como uma criança que vai pra Neverland
Compromisso não era seu amigo
Preferiu se divertir com o inimigo
Só até se machucar
Correu pros braços daquela sempre lhe acolheu
Tomou um fôlego e desapareceu
Correu por vários lugares
Fez muitas de suas vontades
Até com a polícia se meteu
Filho de família pobre
Gente educada e honesta
Mas com ovelhas negas se entreteu
Se gabava das putinhas que comia
Mas nenhuma o prendia
Queria que o mundo fosse seu
Com os estudos não queria perder tempo
Passou a duras penas
E com o pai foi trabalhar
Enxada e pá; agora suas amigas
Calejou suas mãos
E com a vaidade ferida
Foi um emprego procurar
Caiu naquele que era lugar de muita gente
Quem passava na porta procurando se empregar
Logo se acomodava em um lugar onde não queria estar
Passou um tempo orgulhoso pelo espaço que na carteira vivia vazio
Mas, que agora, um moço acabou por assinar
Brigou com o chefe
Disse que aquele lugar não podia suportar
Fazia do lugar do ganha pão
Uma completa diversão
E com o chefe voltou a brigar
Essa foi a última, pois naquele lugar
Não ia mais voltar
A mãe guerreira
Queria ver o filho novamente empregado
Tratou de arrumar uma vaga
Naquela empresa que muita gente gostava de falar
No primeiro mês, muitos planos e elogios
Todos se iludiram, achando que iria mudar
No mesmo tempo, resolveu que só de duas rodas queria andar
Correu atrás de sua vontade
Mesmo que na malandragem
Sua moto conseguiu comprar
Mas estarrecida, a família sempre se perguntava:
- Como é que vai pagar?
Nem na primeira cumpriu com a palavra
Saiu pela estrada com uma qualquer a garupar
Ela virou sua cabeça, queria que como condessa
Ele começasse a tratar
E assim o bobo o fez
Ergueu a cabeça para se fazer de mauricinho
Sendo que na sua casa, a dívida continuava fluindo
A mãe de cara a nora rejeitou
Disse que ela não prestava e o seu filho aconselhou:
- Abre seu olho, que o bico dela, já abriu.
E como a mãe previu, muito tempo não demorou
Não deu conta de sustentar a vossa alteza
E o bobo da corte virou
Fingiu durante um tempo, que tinha se endireitado
Mas sempre saia calado
Pois aos boêmios companheiros
Ainda não tinha largado
Criou até mesmo um vício
Que durante a vida, havia abominado
E que quando ele ainda era criança
A mãe avia largado
Sobre duas rodas viveu intensamente
Passou por ruas e nascentes
Por muitas vezes, sofreu acidentes
Os chefes não ficaram contentes
E somando outros incidentes
Preferiram dele se livrar
Chegou em casa
Saiu mais cedo do trabalho
Pai e mãe embasbacados
Com o que teria acontecido
Já prevendo o que ocorreu
Abriram a boca e ele respondeu:
-Fui demitido. Mas o culpado não fui eu!
Entrou no quarto
Com a raiva expressa
Perguntou pra si mesmo:
-E agora o que faço?
Mais uma vez, lamentava o fracasso
Os pais entraram logo em seguida
Questionando o motivo de tal atitude atrevida
Que resolveu tomar
Então, em prantos lamentou
Quem mesmo dizendo que por muito tempo agüentou
Não queria ter desdenhado da oportunidade do trabalho
Mais uma vez, jogado as traças
Nenhum dos boêmios se dispôs a ajudar
Mas ainda assim, lhes dispôs em diversão
Tudo o que poderia gastar
A mãe percebendo que muitas dívidas teria que pagar
Resolveu lhe salvar, pôs seu nome a prova
Sabendo da cria que, muito, não podia esperar
Para não dizer que não houve um amor
Uma corajosa ele arrumou
Enquanto não tinha boemia para lhe levantar
Resolveu que com ela um tempo iria passar
E assim foi, ela aceitou
Depois de ter arrumado um bico
Num novo emprego se arranjou
Cortava carnes para muitos loucos
Mas o juízo ainda era pouco
O almoço era quase dia de folga
Queria que o tempo engatinhasse
Para que dele não descuidasse
Mas cá entre nós, era pura malandragem
Não muito satisfeito com a chefia
Gritou aos quatro cantos que obrigação a ela não devia
E assim, aconteceu o que já sabia
Na manhã que prosseguia, voltou ao lugar onde ordens recebia
A demissão foi seu bom dia!
Outra vez, o tempo fechou
A santa, a mãe, se desesperou
Prometeu mais uma vez não interceder
Viu a mesma cena acontecer
E em mais um problema sua cria se meter
E mais uma vez
Fugiu como uma criança que vai pra Neverland
Compromisso não era seu amigo
Preferiu se divertir com o inimigo
Só até se machucar
Correu pros braços daquela sempre lhe acolheu
Tomou um fôlego e desapareceu