Feito de papel
Desistir também faz parte da sensatez. Nem sempre faz parte
da simples fraqueza. Saber entender meus limites, aceitar que não dá mais, que
não faço parte, é me respeitar. Sim, admito que não posso continuar nas aulas
do curso de Designer Gráfico. Não dá. Não é justo comigo nem com meus colegas
de sala. Imaginem fazer um trabalho em grupo/dupla comigo? Não quero fazer, não
tenho vontade. Poucas vezes fiz alguma atividade que eu realmente tenha sentido
orgulho. No fundo eu nunca me vi vivendo fazendo aquilo pra sobreviver até
quando a natureza quiser. Saia do trabalho e ia pra aula furioso com o trânsito,
com as pessoas mal educadas, cansado do dia estressante... Só pensava em chegar
na sala e chamar minhas amigas pra uma cerveja e um churrasquinho de gato lá
fora comigo. Ah, era a minha salvação umas três vezes na semana, pelo menos. Nos
laboratórios eu olhava ao meu redor e via as pessoas produzindo, e eu lá...
parado... zumbizando pela internet. Eu me esforçava, juro. Participava na
produção das peças quando era trabalho em grupo (no último foi um esforço
sobrenatural, diga-se de passagem. desculpa aê, Helo!), gostava bastante das
aulas de Comunicação, inclusive. Mas, cara, era pesado ter que ir e vegetar até
a hora da chamada, responder “presente” e partir. Aquilo não fazia mais sentido
pra mim. Na verdade já não fazia há muito tempo. Quando voltei às aulas nesse
ano entrei numa de “Agora eu não desisto. Vou terminar essa bosta”. Quanto
desrespeito comigo mesmo. Eu não preciso terminar se eu não quiser. Eu já
entendi e aceitei que não é pra mim, pelo menos não agora. Quero fazer outras
coisas. Preciso de uma segurança maior
no meu futuro. Não dá pra “terminar por terminar”. Se algum dia eu sentir vontade,
eu volto. Faço de outra forma. Mas hoje não. Hoje eu voltei pra casa depois do
trabalho. As pessoas mal educadas estão cada vez piores, o trânsito cada dia
mais cagado (oh, MOVE), as responsabilidades cresceram e há dias em que o
estresse parece tomar conta da parede até o teto. Voltarei a tomar cerveja
somente aos finais de semana e chamarei minhas amigas pra isso. Agora eu sinto
um alívio. No meu canto, no meu tempo, no meu teto. Tá tudo bem, vou recomeçar.
“Preciso aprender a me respeitar
Saber de quem
eu devo me afastar”
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