quinta-feira, 13 de março de 2014

Feito de papel


Desistir também faz parte da sensatez. Nem sempre faz parte da simples fraqueza. Saber entender meus limites, aceitar que não dá mais, que não faço parte, é me respeitar. Sim, admito que não posso continuar nas aulas do curso de Designer Gráfico. Não dá. Não é justo comigo nem com meus colegas de sala. Imaginem fazer um trabalho em grupo/dupla comigo? Não quero fazer, não tenho vontade. Poucas vezes fiz alguma atividade que eu realmente tenha sentido orgulho. No fundo eu nunca me vi vivendo fazendo aquilo pra sobreviver até quando a natureza quiser. Saia do trabalho e ia pra aula furioso com o trânsito, com as pessoas mal educadas, cansado do dia estressante... Só pensava em chegar na sala e chamar minhas amigas pra uma cerveja e um churrasquinho de gato lá fora comigo. Ah, era a minha salvação umas três vezes na semana, pelo menos. Nos laboratórios eu olhava ao meu redor e via as pessoas produzindo, e eu lá... parado... zumbizando pela internet. Eu me esforçava, juro. Participava na produção das peças quando era trabalho em grupo (no último foi um esforço sobrenatural, diga-se de passagem. desculpa aê, Helo!), gostava bastante das aulas de Comunicação, inclusive. Mas, cara, era pesado ter que ir e vegetar até a hora da chamada, responder “presente” e partir. Aquilo não fazia mais sentido pra mim. Na verdade já não fazia há muito tempo. Quando voltei às aulas nesse ano entrei numa de “Agora eu não desisto. Vou terminar essa bosta”. Quanto desrespeito comigo mesmo. Eu não preciso terminar se eu não quiser. Eu já entendi e aceitei que não é pra mim, pelo menos não agora. Quero fazer outras coisas.   Preciso de uma segurança maior no meu futuro. Não dá pra “terminar por terminar”. Se algum dia eu sentir vontade, eu volto. Faço de outra forma. Mas hoje não. Hoje eu voltei pra casa depois do trabalho. As pessoas mal educadas estão cada vez piores, o trânsito cada dia mais cagado (oh, MOVE), as responsabilidades cresceram e há dias em que o estresse parece tomar conta da parede até o teto. Voltarei a tomar cerveja somente aos finais de semana e chamarei minhas amigas pra isso. Agora eu sinto um alívio. No meu canto, no meu tempo, no meu teto. Tá tudo bem, vou recomeçar.



“Preciso aprender a me respeitar
Saber de quem eu devo me afastar”

Nenhum comentário:

Postar um comentário