domingo, 27 de março de 2011

Pensado e escrito

Acredito que o homem hétero tem mais preconceito contra o gay não afeminado. Os trejeitos afeminados carregam a lembrança da imagem de uma mulher, que logo é relacionada ao paradigma do sexo frágil. Um afeminado não representa perigo, é o cabeleireiro amigo. O não afeminado é imagem e semelhança de um hétero. Hétero esse que sente o ardor do ego de “macho alfa” ferido, já que tal semelhança física o equipara a um gay.

domingo, 20 de março de 2011

Como Nasce um Paradigma


Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro puseram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas. Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jacto de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancada.

Passado mais algum tempo, mais nenhum macaco subia a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que lhe bateram. Depois de alguma surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o facto. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas.

Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...". Não devem perder a oportunidade de passar esta história para os vossos amigos, para que, de vez em quando, se questionem porque fazem algumas coisas sem pensar ...

Fonte: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20061108125004AAuTy8I

quinta-feira, 10 de março de 2011

Deep Pink

Quantas vezes você é parado na rua para dar atenção a alguém que pede alguma ajuda? Pouco para informação; as vezes pra pedir sua cerveja; e quase sempre para vender alguma coisa. Há uma abordagem que coloca qualquer uma dessas no bolso: pedir dinheiro.

Estávamos eu e uma amiga, em uma livraria DENTRO DE UM SHOPPING, fazendo planos para uma viagem, anotações de um projeto, observando as outras pessoas que passavam por ali e tomando cada um sua bebida. E eis que se aproxima de nossa mesa uma jovem, com os olhos assustados, voz baixa, bem mansa, pedindo dinheiro a fim de comprar comida para ela e seus irmãos. Sempre proferindo frases clichês nos agradecendo em nome de Deus, sem nem mesmo ter ouvido nossa resposta. Obvio, queria nos convencer clamando por dó e temor divino. Refleti por um instante: “Dinheiro eu não dou. O único “vício” que sustento é o meu”. Depois da breve reflexão respondi: “Não. Não tenho.” Minha amiga, acredito eu, seguindo a mesma linha de raciocínio, disse o mesmo. A jovem, que provavelmente já tem experiência com esse tipo de situação, respondeu em contra partida: “Então me dá alguma coisa pra comer?”. “Sim. Peça um pão de queijo a garçonete”, respondi. Fiz um sinal de positivo autorizando o pedido. Já estava observando a jovem desde sua entrada no local. Não estava mal arrumada, não cheirava mal, sabia usar as palavras. Teria ela algum desvio mental? Ou seria uma dependente química? Continuei observando, tentando prestar total atenção no que minha amiga dizia, mas era difícil, ela continuava parando de mesa em mesa. Não conseguia entender o que ela dizia, só sei que os olhos continuavam assustados, mas agora estavam carregados com um pouco de ódio. O novo alvo escolhido não teve a mesma paciência que eu e, provavelmente, havia negado algo a ela. A jovem, agora comendo o lanche oferecido, desejava algo para beber. Voltou em nossa mesa. Agora pedia um café a minha amiga, que respondeu negativamente. Se achando no direito de questionar a resposta, respondeu num ímpeto velado: “Ele me deu o pão de queijo, você poderia me dar pelo menos um cafezinho”. Naquele momento perdi toda a compreensão que havia me levado a dizer sim outrora: “Já te dei o pão de queijo, está de bom tamanho”. Indignada, a jovem saiu resmungando sobre minha resposta, com um olhar querendo dizer “você me paga, te pego na saída, etc”. Toda aquela movimentação chamou atenção das garçonetes, que foram logo cercando-a e pedindo para que se retirasse do local. Continuei observando. Ela não se conformava com a ideia de ter que sair dali sem seu “cafezinho”. Logo que desceu as escadas, comecei a questionar com minha amiga, sobre a aparência da moça: roupas limpas, cabelo bem cuidado (com californianas), tênis de marca e um detalhe que me chamou ainda mais atenção. As roupas poderiam ser de doações, mas e as unhas bem feitas da cor Deep Pink?




Victor Hugo

segunda-feira, 7 de março de 2011

Morte

Vou começar aqui um devaneio sobre um assunto que desagrada a todos (não obstante, necessário), por ter se tornado mórbido, já que é um mistério para o homem, apesar de existirem diversas versões para sua causa, conseqüência, existência ou não: o fim da vida. A morte.

Hoje em dia eu consigo ver a morte com olhos mais práticos e menos sentimentais; religiosos. Desde o início de nossas vidas, a morte é dada como certa, misteriosa, punitiva, mas nunca de forma natural. Sempre vista como a porta de entrada para a colheita do que foi plantado durante a vida: quem é bom, vai para o céu; quem é ruim, para o inferno. A religião vem sempre com uma visão mais assertiva trazendo essa divisão, segundo seus seguidores, indiscutível. Mas essa história do céu/inferno, cima/baixo, é muito burocrática e terrena. É como separar os alunos bons dos maus, os bêbados e os sãos, os pobres dos ricos, etc. E se o “carpe diem” for a forma mais verdadeira e humana de viver a vida? E se o correto for ser, como Nitizsche diria, “humano, demasiado humano”; deixando sua natureza competitiva e egoísta te levar, sem pensar nas regras políticas da boa convivência? Passamos a vida seguindo valores agregados durante o nosso crescimento, mesmo que não os pratiquemos sempre, buscando uma vida próspera, feliz. Para que no fim de tudo tenhamos a certeza de que o reino dos céus estará em festa aguardando nossa chegada. Mas, se o medo e pavor de morrer é quase unanimidade, para quê viver com a tal idéia de recompensa final? Esse é o único alívio pára o incomodo que a presença constate da morte traz. Creio que a morte deve ser discutida sem paradigmas e embasamentos cegamente religiosos. Deve-se filosofar sem medo. Sem amarras da força e presença que a palavra causa. Só assim, discutindo e levando em consideração de que a morte pode ser algo bem além do “Bem” e do “Mal”, é que o sofrimento de sua chegada será amenizado e, desejo muito, que extinguido. Esse texto já está caducando. Já cumpriu com sua obrigação aqui; disse um pouco do que penso. Já deu frutos, mesmo que não iguais a ele. Já não e mais saudável quanto era em suas primeiras linhas. Vou entregá-lo ao prazer do fim de uma prolongada e exaustiva existência...