terça-feira, 8 de maio de 2012

Sair do armário: QUEM NUNCA?


Faz muito tempo que não é segredo pra muita gente a minha condição sexual. Na verdade, não é segredo pra ninguém: quem não sabe é porque não me conhece ou porque não me perguntou. Pois bem. Hoje em um carro com mais 4 pessoas, a seguinte frase foi dita, “o mundo é gay”. Uma das pessoas logo reagiu mostrando toda a sua, heterossexualidade, “eu não faço parte desse mundo”. Será que não? Essa mesma pessoa já disse que foi a um bar gay “pra pegar muié”. Será mesmo? Essa pessoa é do sexo masculino, um homem. Bastou eu dizer uma frase pra que a pergunta fosse feita: “Você é gay, Victor?”. Respondi que sim com naturalidade. Estar preso em um estereótipo é tão confortável que se negavam a acreditar na resposta, e indagavam de segundo em segundo se era realmente verdade. “Mas você não dá pinta! Você não é afeminado!” “Eu não sou afeminado porque não sou afeminado. Tem caras que são e outros não, oras! Vocês acham que todo gay saiu de novela.” Umas perguntas bem infames foram feitas e eu respondi com muito bom humor. Em momento algum fiquei incomodado com elas, estavam se desprendendo do estereótipo. Uma das garotas disse depois de um silêncio no carro “o assunto acabou”. Acho que percebeu que estavam fazendo um papel um pouco ridículo, ao fazerem perguntas tão bobinhas.

Qual foi a frase que eu disse?

“O mundo é gay, e o universo é um grande armário.” 

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